Realização: A Casa Frida & Confraria da Padoca
Entendemos que ler, tarefa difícil, implica em ir além.
Mas qual além?
Deixemos que o próprio Saramago diga no diálogo entre Cipriano Algor e Marta, a filha no livro A Caverna:
“Vivi, olhei, li, senti, Que faz aí o ler, Lendo, fica-se a saber quase tudo, Eu também leio, Algo portanto saberás, Agora já não estou certa, Terás então de ler doutra maneira, Como, Não serve a mesma para todos, cada um inventa a sua, a que lhe for própria, há quem leve a vida inteira a ler sem nunca ter conseguido ir mais além da leitura, ficam pegados às página, não percebem que as palavras são apenas pedras postas a atravessar a corrente de um rio, se estão ali é para que possamos chegar à outra margem, a outra margem é que importa, A não ser, A não ser, quê, A não ser que esses tais rios não tenham duas margens, mas muitas, que cada pessoa que lê seja, ele, a sua própria margem, que seja sua, e apenas sua, a margem a que terá que chegar…”
Este projeto foi concebido em parceria pela Confraria da Padoca Filosófica e o Grupo A Casa Frida.
Recomendamos que a leitura NÃO seja feita pelo PDF que enviamos. Não há nada melhor que ter um livro físico nas mãos e, seguindo os caminhos de Guimarães, ter um bloco de anotações com um lápis para deixar guardado partes importantes dessa travessia.
Recomendamos a edição de bolso da Companhia das Letras (pelo valor acessível, ou adquirida através da cesta temática criada especialmente para este evento - maiores informações no site padocafilosofica.com.br/cestasartesanais ),
vamos nos enveredar ...
Livro de Bolso Grande Sertão: Veredas - da página 179 até 229.
Até a frase - “Assim isso. Tolêimas todas? Não por não. Também o que eu não entendia possível era Zé Bebelo preso. Ele não era criatura que se prende, pessoa coisa de se haver às mãos. Azougue vapor… E ia ter o julgamento“.
Edição Normal Companhia das Letras Grande Sertão: Veredas: da página 146 até a página 186.
As demais edições deverão ser lidas até a diagramação final do PDF do material de apoio.
Os encontros vão acontecer toda última quinta-feira do mês, das 19:30 às 21:00 hs, por dez meses consecutivos.
O material de apoio vai ser enviado por e-mail nos dias subsequentes das cirandas.
A cada encontro, DEVERÁ SER FEITO UMA NOVA INSCRIÇÃO para que possamos enviar
o link. Qualquer dúvida, estamos à disposição para maiores informações.
MATERIAL DE APOIO - Encontro 4 (25/11)
Mulher, pecadora e santa: a personagem Maria Mutema,
de Guimarães Rosa
Ney Latorraca e Yoná Magalhães literalmente encarnam os personagens com um desempenho inesquecível. O bem e o mal num duelo de chumbo, silêncio e ao final - na redenção, as palavras.
Walnice Nogueira Galvão, que nos fez a introdução à leitura da obra, em seu As formas do falso sugere que, “a coisa dentro de outra coisa”, o certo no incerto, é onde se processa a decisão de Riobaldo pactuar com o Diabo. Esta constatação se dá a partir do caso Maria Mutema que, para a autora, é a matriz de todo o romance, através do jogo de dupla imagem— concreto e abstrato — que propõe. A introdução de algo no cérebro, palavras ou objetos, toma a forma de algo fatídico e fatal; assim, chumbo ou palavra entrando pelo ouvido e se aninhando no mais íntimo de um homem, seu cérebro ou sua mente, “matam”.
Hermógenes
Joca Ramiro
Zé Bebelo
Na saga do herói, Riobaldo constata que o mundo é todo misturado e tenta buscar sua própria identidade à partir de suas escolhas.
Playlist interativa para acompanhar as leituras:
Os participantes da playlist podem adicionar músicas relacionadas.
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